terça-feira, 23 de outubro de 2012

DESVENTURAS NO DENTISTA: A REVOLTA DOS SISOS

Você já deve ter ouvido falar nos tais “dentes do juízo”. Esse é o nome popular dos terceiros molares, ou dentes do siso, 4 dentes que nascem quando a pessoa já se é beeem mais velha, um em cada canto da boca (superior esquerdo, superior direito, inferior esquerdo e inferior direito). Podem vir a nascer por volta dos 16 aos 20 anos. Por isso é conhecido desse jeito, dizem que se você ainda não tem os dentes do siso, você ainda não é maduro o suficiente. Pura balela, né? Rs. Julgar a maturidade e juízo de alguém por um dente? Igual aquele lance de que se você tem uma marquinha branca nas unhas é sinal de que é mentiroso, hahaha. Aliás, a palavra siso vem de sisudo, que quer dizer, sensato, prudente. Isso também contribui para a crença popular, rs.

Agora que você já sabe ou se lembrou o que são os sisos, deixe-me contar minhas desventuras com eles.

Tudo começou quando eles resolveram nascer (meio óbvio, não?). Eu tinha em torno de 19 anos na época, se não me engano. Mas os sisos são realmente curiosos. Eles não nascem de uma vez, mas sim, rola todo um processo. A cada ano, desde então, por mais ou menos uma ou duas semanas, eu os sentia rasgando minha carne, forçando uma saída, um ‘lugar ao sol’ –q. Era uma dorzinha chata, incomodava, mas suportável. E depois desse tempo, eles simplesmente paravam de tentar sair e a dor parava também. Isso durou até os meus recém  22 anos. Nessa fase, me parece que meus dentes superiores estavam já formados e prontos pra mastigar xD, enquanto que os de baixo ainda não, estavam incompletos, com uma parte encoberta pela pele da gengiva.  Penso isso, porque um dos meus dentes superiores, mais especificamente o do lado direito, estava criando um buraco na gengiva inferior do mesmo lado, como se estivesse furando a carne que ainda cobria o dente do siso inferior direito. Estranho né? E isso me doía muito! Imagine só! Mal conseguia comer naquele lado. Era dor noite e dia. Então, resolvi ir ao dentista.

Apresentei meu caso ao dentista, e mostrei o buraco que meu dente estava causando na gengiva. Foi-me dito que o único jeito seria arrancar os dentes do siso, e, ainda por cima, teria de usar o temido aparelho ortodôntico! :O Segundo ele, isso teria sido causado pelo fato de minha arcada dentária estar torta, o que teria comprometido a saída dos sisos e essa fúria do dente em me furar –q rs. Por isso, era necessária a correção.

Pois bem, lá fui eu marcar a cirurgia de extração. Mas para isso, era necessário um raio-X especial para que se pudesse visualizar e analisar as raízes (bem como suas posições) dos meus dentes. E como soube que para encomendar o aparelho ortodôntico seria necessário o mesmo raio-X mais uma série de outras coisas, resolvi fazer tudo de uma vez, já que não tinha outro jeito rs. Exames prontos e em mãos, finalmente chegou o temido dia. =O

Na foto, veja e compare um dente permanente e um dente de leite. Os dois são meus (sim, graças a minha mãe, guardo até hoje =P). Este dente do siso tem quase a metade do meu dedo mindinho, daí o porquê de serem tão difíceis de serem extraídos (olha aquela raiz gigantesca!)

  
1ª Cirurgia – Siso Superior Direito

A intenção original era arrancar os dois dentes do lado direito. Mas acabou só sendo 1...

Primeiro, o dentista me perguntou qual era o lado que mais me incomodava, eu disse que era o direito, onde estava sendo criado o tal buraco, e ele resolveu começar pelo de cima, mesmo eu achando que o melhor seria tirar o de baixo, já que o buraco causador da dor estava ali. Depois eu entendi que foi melhor assim.

Já almoçada, recebi umas 3 anestesias em diferentes locais para tirar qualquer sensibilidade na região da cirurgia... a única sensação é dormência, e me sinto meio grogue. Kkk

Ok, legal. Tudo ia às mil maravilhas, eu ia arrancar o dente, que me causava tanta dor e frustração, eu estava calma! Até... pronto, começou a cirurgia. E junto dela, o nervosismo... a ansiedade... a tremedeira... o ataque de pânico! Eu sou uma pessoa muito nervosa se tratando de saúde, tenho pânico de sangue, hemorragia e qualquer coisa que leve à morte. Tenho muito medo de cirurgias, e sendo esta a primeira de minha vida, acho que era um reação normal eu estar nervosa. Mas estava nervosa demais! Kkk

O cirurgião-dentista e seus auxiliares (minhas cirurgias costumavam ser acompanhadas por no mínimo 3 pessoas -  além da presença de minha mãe, gentilmente, só para me passar uma maior segurança rs –q), pediam para eu me acalmar, dizendo que tudo estava bem e que iria dar certo, mas sistema nervoso é uma coisa que tem vida própria. É difícil controlar. Eu realmente tive tremedeiras, minhas pernas dançavam break involuntariamente enquanto eu estava sedada na cadeira do dentista... imaginem a cena kkk por favor, não imaginem

Pra me acalmar, minha mãe teve a ideia de me dar meu celular e o fone para que eu ficasse ouvindo minhas músicas, o que me ajudou muito pouco... impossível não me ligar no que estava acontecendo ali comigo! Infelizmente, nesse tipo de cirurgia, a gente não pode dormir, tem que ficar 100% acordado, assistindo tudo!

Suei frio, minhas mãos e pés GELARAM, e estive muito perto de desmaiar, com medo de ver o menor resquício de sangue e comprometer a cirurgia com meu desmaio... mas graças a Deus, conseguiram arrancar o bendito dente e decidiram parar por aí, pois todos, inclusive eu, achamos que eu não iria aguentar uma segunda extração naquele estado.

Beleza, minha primeira cirurgia já tinha sido concretizada. Dente no lixo, já que minha mãe fez questão de dizer que eu passaria mal se o visse (mas eu acho que isso não aconteceria; queria muito tê-lo visto), recebi os pontos e me puseram uma gaze para morder por 30 minutos, além de uma série de orientações pós-exodontia.

Entre essas orientações básicas estavam: não pegar sol, evitar abaixar a cabeça, não fazer esforço físico, não bochechar nem cuspir, alimentação somente pastosa e fria e dormir com travesseiro alto. Em algumas das cirurgias tinha que também por gelo na face e tomar alguns remédios. Daí já imagina como é viver os dias seguintes tendo que me preocupar com cada orientação, para evitar uma possível hemorragia, inflamação ou soltura precoce dos pontos. É tenso.

Mas a coisa mais engraçada foi o que aconteceu na primeira noite. Depois de passar o resto do dia me sentindo esquisista graças ao efeito da anestesia, mais a dorzinha inevitável, além de não poder higienizar a boca direito pelo fato de não poder fazer movimentos de bochecho e muito menos cuspir, o que contribuía pra eu sentir uma mistura de gostos de tudo o que eu comi desde a última vez que havia escovado os dentes, eu estava louca pra deitar e dormir pra tentar esquecer de tudo isso. Mas não foi bem assim... memória vem, memória vai, eu lembrei de tudo e cada detalhe que passei durante aquela cirurgia, e mesmo com fone conectado e ouvindo música, não conseguia desligar o pensamento... até que eu senti: eu vou desmaiar! Nisso, já era de madrugada. Levantei da cama e me dirigi ao banheiro querendo fazer o nº 1, mas antes de chegar lá eu me vi totalmente tonta, perdendo os sentidos a começar pela visão, e gritei “Mãe, estou desmaiando! Mãe!”, e tentei correr de volta pro quarto, caso caísse, cairia na cama macia e não me machucaria.  Minha mãe levantou nervosa, e não entendendo nada, pois quem desmaia dormindo?? Isso ela conta pra todo mundo até hoje, rsrs. Mas como vocês sabem, eu não estava dormindo, pois nem conseguia dormir, lembrando de todos aqueles diálogos entre os dentistas a respeito da minha cirurgia, aqueles instrumentos estranhos e pontudos entrando na minha boca, a sensação de pressão que a anestesia não anula, e a minha tremedeira na cadeira no dentista! Eu fico enjoada só de pensar, rs.

Voltando à cena em que minha mãe aparece. Ela veio me acudir, tentando ventilar o quarto, chamou desesperadamente minha irmã para me trazer água e toddy, rs. A água era pra molhar meu rosto, e o toddy pra ver se o leite ajudava a me recompor. Mas não demorou para que eu vomitasse. Muito, muito enjoada ainda, fui melhorando aos pouquinhos, após minha mãe ter me reconfortado dizendo que ‘tudo já passou’ (me senti um bebê, hahaha). E assim foi minha primeira noite.

O pessoal aqui em casa ficou traumatizado depois do meu ‘ataque noturno’, e todas as noites tinham medo de que eu voltasse a ‘surtar’, kkk. Felizmente eu não passei mal por isso nas noites seguintes, mas isso não quer dizer que eu não lembrava da cirurgia ou não me sentia enjoada por não poder higienizar minha boca como eu queria.  Mas eu tentava ser forte e conseguia dormir tranquilo. E finalmente, sete dias depois, chegou o dia de tirar os pontos, e legal, estava livre! Até a próxima cirurgia. -_-"


2ª Cirurgia – Siso Superior Esquerdo

Essa não teve muitos traumas... já sabia como seria mais ou menos a cirurgia né, e é claro que sempre bate um nervosismo, medo de o cirurgião não estar preparado ou estar nervoso, ou impaciente, ou alguma coisa atrapalhar ou tirar a concentração deles, ou se os instrumentos que serão usados estão realmente esterilizados e limpos, medos assim. Mas nessa felizmente fiquei MUITO MENOS ansiosa, fui até elogiada por todos os presentes, hahahah. Não tive todos aqueles acessos de tremedeira. Foram bem poucos. XD

O pós- operatório também foi tranquilo, sem problemas, só aquelas regras básicas que acabam sendo problemas por si só, os mesmos cuidados, proibições e tal.

Torci incansavelmente para que chegasse logo o dia de tirar os pontos. Depois do 3º ou 4º dia aquilo começa a me incomodar. Você sente repuxar a linha conforme os movimentos do rosto, além de temer arrancar ou enroscar ela na escova de dentes... é uma loucura, rsrs. Mas o dia chegou, eu arranquei, e pulei feliz \o/ -n


3ª Cirurgia – Siso Inferior Direito

Finalmente havia chegado a vez de tirar o danado que também foi a causa de todo o problema inicial. Pois era ali que havia se formado o tal buraco que o dente de cima furava que doía pacas e me levou a toda essas sessões de torturas.

Alegre e confiante por ter sobrevivido às cirurgias anteriores sem grandes traumas, fomos eu e minha mãe, fiel acompanhante, à próxima. Minha mãe cria que esta seria mais tranquila por ser o dente debaixo, em oposto à mim, que achava que não seria tão fácil, pelos dentes debaixo ainda estarem sob a pele, não totalmente descobertos. A dentista havia me avisado anteriormente que seria necessário um corte, e como os de cima não precisaram disso eu tinha a terrível impressão de que essa não seria uma cirurgia tão rápida. E eu digo isso, porque passados 10 minutos, em média, naquela cadeira, após a aplicação da anestesia e já com todos aqueles instrumentos invadindo minha boca eu começo a passar mal e querer fugir dali. Isso exige muito de mim. E como já foi dito, não sou tão forte com esses lances de sangue, órgãos, possibilidade de hemorragia, morte... iiiich, todo esse assunto me deixa muito enjoada.

Enfim, depois da já tensa parte de aplicação da anestesia, que são por 3 vezes aquela seringa de agulha enorme beliscando o interior da minha boca, começou a cirurgia. Parecia que tudo ia bem, até que já tinha passado o tempo normal das outras cirurgias e o tal dente nunca que saía. E parecia longe de sair. Imagine meia hora com a boca aberta sem parar, sendo esticada pelos médicos ainda, e fraturada num dos dentes. É muita tensão, e é muita dor também. E o pior, sentia que a cirurgia estava sendo difícil, tanto por tudo o que eu via e sentia, quanto pelo diálogo dos dentistas, aquilo estava me assustando muito... e eu pensava ‘Eu TENHO que ser forte, eu não posso desmaiar agora, se não vou piorar tudo ainda mais, eu PRECISO aguentar’. Mas falar é fácil. Essa foi, definitivamente, a pior de todas as cirurgias a qual me submeti. Eu sofri demais. Por várias vezes o cirurgião teve de enfiar aquela maldita broca pra arranjar espaço pro dente sair, ou serrá-lo, não sei (evitava prestar atenção em tudo o que faziam pra não ficar ainda mais enjoada). Só sei que era horrível. E já passava 1 hora de cirurgia e o dente ainda não havia saído. Eu me vi a ponte de desmaiar, mas não desmaiei. COMO eu suportei. Nesse dia eu me vi forte. Aguentei algo que achei que não iria aguentar. Mas não estava sozinha, tenho certeza que Jesus me ajudou, porque eu sou muito frágil. Rs.

Quase 1 hora e meia de cirurgia depois, com a boca aberta TODO esse tempo, e o médico puxando e puxando a minha bochecha pra enxergar melhor lá dentro, eu não preciso dizer que eu chorei de verdade né? Não de espernear, pois isso nem dava, já que a boca tinha que ficar na mesma imóvel posição. Mas chorei muito de as lágrimas saírem, a dor na minha bochecha foi tanta, que eu já quase não a sentia mais. E ela doeu por muitos dias. Eu mesma tenho pena de mim quando lembro de tudo isso... tudo o que passei por causa de um dente. Por várias vezes, eu JURO, tive vontade de 'pedir pra sair' (rs), levantar dali e fugir, mandar parar... mas não podia, já era tarde! Estava com a boca toda ensaguentada e com o dente nem lá nem cá, nem preso nem solto... o que fazer? Só podia esperar pra terminar tudo aquilo. Bate um arrependimento SUPREMO na hora. Penso 'Por que eu comecei tudo isso? Eu mesma estou me maltratando!' T____T E COMO eu pedia a Deus para que acabasse logo. Eu tinha que segurar forte a mão de alguém (me senti numa sala de parto huahauha), mas sério, isso realmente ajuda! Não a passar a dor, mas, pelo menos, a passar um pouco o nervosismo, sei lá, você se sente mais forte. E eu apertava com muita força a mão ora da dentista, ora da minha mãe, coitadas. kkk E, finalmente, o desgraçado dente saiu.

Se essa foi a pior cirurgia, essa também foi, consequentemente, a pior pós-exodontia. Eu sofri muito, dia e noite, sentindo o local da cirurgia. A dor chegava a ser insuportável, a ponto de eu lacrimejar. Chegava a pensar que os dentistas não tinham me operado direito, porque, não é possível, era surpreendentemente mais dolorida do que as outras que eu havia passado. Eu evitava falar, comer (só o necessário), e fazer qualquer movimento com a boca, pois o menor bocejar já doía demais. Eu não podia esticar ou abrir a boca. Até espirrar era uma luta! Sem brincadeiras! Eu percebi isso: quando nós espirramos trincamos os dentes com força. E essa força era inacreditável quando eu estava com aquele buraco massacrado ali no lugar do dente. Eu não conseguia espirrar. Mas quando era necessário, tinha que espirrar horrivelmente, daquele jeito que detesto, com a boca aberta no qual voa espirro pra todo lado. Grotesco. E olha que naquele estado me deu vontade de espirrar diversas e diversas vezes, durante aqueles dias. E não, eu não estava doente, era um espirro comum. Mas nessas horas que eu penso que o universo insiste em conspirar contra mim.

Para piorar, acho que eu tinha engolido algum líquido que eles jogaram na minha boca pra lavar o buraco do dente, mas já que eles jogam com muita força e rapidez, aquele aparelho sugador não sugou tudo e uma parte desceu (lembre-se que eu estava deitada, quase inevitável), e isso resultou numa super queimação da minha garganta... ardia muito... não conseguia beber nada sem sofrer junto. Tudo tem que me acontecer de uma vez. T0T

Eu penso que esse pós-operatório foi horrível desse jeito pelo fato de a extração ter sido realizada no maxilar inferior, ou seja, na mandíbula. Ali tem um osso. Uma extração forçada é praticamente um massacre cometido contra a vítima. Já que não era hora do dente sair, o corpo não estava pronto praquilo naquele momento. É realmente à força. E isso deixa marcas. Isso dói. A vítima sente, e continua sentindo até ser cicatrizada. Então qualquer movimento que eu fazia com o queixo, o maxilar doía, e doía muito. Pra ter uma noção, eu arranquei esse dente numa tarde de terça-feira, e ele continuou doendo até domingo de noite. Sem parar. Mesmo tomando uma série de medicações controladas, incluindo antibióticos e anti-inflamatórios.

Graças a Deus, na segunda-feira a dor já era infinitas vezes menor e mais suportável, parece que, literalmente, da noite pro dia, ela tinha resolvido ir embora, ou eu tinha aprendido a conviver com ela. X)

Daí, então, chegou o dia de tirar os pontos, e, na verdade, eu estava com um pouco de receio do buraco não ter cicatrizado direito em prol da tamanha dor que senti durante aqueles dias... eu tinha a impressão de que teria que ficar por mais tempo com aqueles pontos, embora também não visse a hora de arrancar, pois a linha parecia que tinha soltado e estava comprida demais, encostando na língua, e isso era muito nojento. Aliás, a linha sempre soltava antes do tempo. Quer dizer, não exatamente ‘soltar’, eu não sei como descrever, mas ela parece que vai perdendo as ‘pregas’ conforme o tempo vai passando. E isso faz com que eu cada vez mais a sinta... e eu detesto essa sensação.

A boa notícia é que era hora sim de tirar os pontos, e a dentista disse que estava cicatrizando bem. Graças a Deus. E, felizmente (ou não), só faltava mais uma sessão de tortura.


4ª Cirurgia – Siso Inferior Esquerdo

Graças a última experiência naquela cadeira de dentista, eu estava mais nervosa do que na primeira vez. Sério, a última cirurgia tinha sido tão longa e difícil que eu estava com muito medo de a de agora ser igual, já que seria no lado inferior também. E eu avisei isso pra eles, rsrs. Minha mãe, amiga pras horas difíceis, também tentava me relaxar, e deixe eu contar essa, ela disse que também ficava super nervosa com as minhas cirurgias. Segundo ela, na última ela quase vomitou de tanto nervoso e pena de mim, rs. Achei bonitinho :3 –qqq (mostra preocupação comigo e eu gosto disso, oras XD)

Antes de entrar na sala, eu mesma tentava me distrair contando casos engraçados pra minha mãe, que fizeram a gente rir muito, mas mesmo assim, é só passar pro lado de lá que o nervosismo volta e toma conta, é como uma ‘mágica’ (do mal i0i), rs.

Lá fui eu pro tenso momento de tomar as anestesias... eles sempre me perguntam se a língua ficou dormente, que é o ideal pra cirurgia, mas dessa vez eu não tinha perdido a sensibilidade... mas a cirurgia começou. '-'

Dessa vez eu já era mais do que experiente no assunto, já me sentia até 'íntima' dos dentistas -q, então eu já sabia tudo o que poderia acontecer, e essa era a parte mais ou menos reconfortante, mas todos vocês já sabem que meu sistema nervoso tem uma vida e age por conta própria –q, mas eu sempre tento ser forte, me controlando ao máximo todos os segundos.

Mas sério, eu até que tava relaxada. Deixei os médicos à vontade, fazendo o que devia ser feito, pra acabar logo né, meu sonho é sair dali, rs. Sendo que... em determinado ponto, quando ele começou a fazer movimentos de vai-e-vem pra puxar o dente, que é uma das partes que eu menos gosto, afinal a pressão no osso é GRANDE, eu comecei a sentir dor também! E eu não deveria sentir dor, afinal, pra isso que eu tinha levado anestesia! Aí eu comecei a fazer sinais, tentando falar e reclamar da dor, felizmente eles me ouviram. E lá fui eu tomar mais uma seringada de anestesia. Antes a temível agulha do que uma dor ‘imortal’ de um dente permanente sendo arrancado da raiz. >_<"

A cirurgia continua, e mais brocas forçaram o caminho para extração. E novamente quando foi tentado puxar o dente senti uma dor fulminante que cheguei a levantar a cabeça. O cirurgião já estava assustado, achando que eu tava de brincadeira. Mas não era! E lá vai mais outra anestesia. Essa foi, com certeza, a cirurgia em que mais levei anestesias. A única resposta que eu encontro é a de que elas não estavam sendo aplicadas no ponto certo, pois não atingia o sistema nervoso e não desligava a sensibilidade da região. Acho que tomei umas 6 seringadas. Graças a Deus, a última pegou mesmo. Perdi total a sensibilidade daquele lado e da língua também. Não é uma sensação agradável, claro, mas extremamente necessário para uma exodontia.

Em certo momento da cirurgia, o dentista falou que tinha pegado um ponto ótimo para arrancar o fujão do dente. Eu já não aguentava mais. Estava pedindo a Deus, suplicando, para que aquela tortura cirurgia acabasse logo, e acabasse bem. Eu sei quando eu não vou aguentar por muito tempo. Por várias vezes pedi uma pausa aos médicos, pois sentia que ia vomitar (tinha horas que ele enfiava o dedo quase na minha glote, procurando uma posição ideal pra arrancar o dente), outras de tanta repuxar o osso eu imaginava mil coisas, e o sangue que devia estar ali, e queria muito desmaiar. Mas então, com o dente na tal posição perfeita pra ser extraído, o cirurgião foi fazendo uma força insana pra arrancá-lo, e até eu pensava ‘é, acho que agora vai!’, mas ao mesmo tempo, senti uma dor ABSURDA no lado contrário do maxilar! Sério, como pode? Eu tirando o dente do lado esquerdo, sentir começar a doer e MUITO o lado direito?? Fiquei com super medo!! E tentei chamar atenção deles, gemendo, fazendo sinais, mas uma das acompanhantes segurou minha mão para que eu não levantasse, e nessa hora eu fiquei muito desesperada, pois parecia que não me entendiam... até que o dente saiu... mas pera! Meu maxilar ficou torto! Sério, absurdo isso né? Imaginem o desespero! O cirurgião dizia ‘Já pode fechar a boca’, e eu tentava falar ‘Eu não consigo, eu não consigo!’. Meu maxilar havia saído do lugar, o osso ficou duro e eu perdi o domínio sobre ele, pois ele não me obedecia! Eu fiquei realmente tensa. Mas, Deus seja bendito, o cirurgião sabia o que fazer, e subiu a cadeira que eu estava pra ajeitar meu maxilar e botá-lo de volta no lugar. Ele fez um tipo de movimento com força que o trouxe de volta ao estado original. Pelo menos, assim eu espero -q

Cara, muito medo. Achei que, sei lá, que iria ficar assim pra sempre! Hauhaha *rindo de nervoso*. Daí, ele desceu de novo a cadeira para que fizesse os pontos, e bem, eu to viva até agora. Rs. Tomando as medicações necessárias, e esperando a próxima ida para arrancar os últimos pontos. Se Deus quiser, esta terá sido a última vez em que me submeti à uma cirurgia. É muito ruim, rsrs. Não desejo isso a ninguém. Tenho muito medo dos médicos não estarem preparados, ou dos resultados não saírem como o esperado, e piorar mais do que o estado inicial. A verdade é que toda cirurgia é um risco. E há a possibilidade de hemorragia. Só essa ideia já me impressiona.

Se bem que já sou veterana no assunto... 4 cirurgias em 2 meses. Nem eu acredito, lol. Mas estou viva, e estou bem. Graças a Deus. :D

Ahá! Eis a prova pra quem não acreditou que ele mede 1/3 do meu dedo mindinho. Detalhe que foi o último que arranquei e o único que peguei pra mim. Aliás, o único que me ofereceram. Os outros, nem cheguei a ver... :(

Agora detalhando mais algumas coisinhas... a alimentação, por exemplo, era uma das partes mais chatas. Só coisas molinhas mesmo, como se a eu tivesse voltado a ser um bebê que ainda não tem dentes, rs. Danoninho, sopinha, até papinha de nenê eu tomei xD e claro, sorvete e bastante água gelada pra ajudar na cicatrização. Mas isso não é tão bom quanto alguns pensam. Tive que me privar, por todas essas vezes, de comer coisas que gosto muito... como pão, arroz, carne, e outras coisas que exigiam mais de mim pra mastigar... é muito chato, viu. Ver os outros comendo coisas gostosas e só poder ficar olhando...

Mas, nos primeiros dias, aqueles em que eu arranco o dente, eu me sinto realmente um bebê... não posso fazer nada! Não levanto peso, quase não ando, a maior parte do tempo fico deitada ou sentada, fazendo pouquíssimos esforços. E eu, normalmente, não sou assim, não gosto de ficar parada. Chega a ser extremamente entendiante. ¬¬

E também tem o lance da anestesia. O efeito da bendita dura umas 3 horas... por 3 horas eu vivo como uma drogada, hauahuah XD (nunca usei drogas tá? mas imagino que a situação seja assim e-e), eu fico lenta, sonolenta, me sinto lerda, a boca fica toda dormente, a língua parece que nem tá mais ali, eu ando devagar, eu olho devagar, eu falo devagar, não dá vontade de fazer nada... e fico chateada por tudo o que passei e qualquer coisa me dá vontade de chorar... é, nas primeiras horas eu fico muito sensível... e dura uma eternidade... cada minuto em que a gente sofre parecem dias... é uma coisa louca, mas ainda bem que passa. ^^”

Eu sei perfeitamente que essas não foram cirugias TÃO sérias assim, de ficar em repouso vários dias, ou recebendo soro, ou de rasgar uma parte enorme do corpo, operar um órgão vital e receber 20 pontos. Eu sei disso. Talvez você tenha me achado um pouco dramática demais. Pra quem tá de fora é sempre assim. Quando não se é a pessoa que sofre tudo é exagero ou frescura. Mas quando eu digo que dói e que sofri, ah, meu caro e minha cara, é porque DÓI MESMO. E não somente na hora, mas dói por vários e vários dias. Só quem faz que sabe. Incomoda. Até sorrir incomoda. Pior mesmo é ter que evitar falar. Você consegue se imaginar querendo conversar e falar as coisas, e responder as pessoas, e ter que fazer isso ao mínimo, contra sua vontade? É chato, sabe '-' Eu não sou muda, graças a Deus, e por isso me faz falta. Falar é essencial pra mim, que adoro conversar lol. Felizmente, na internet eu posso falar à vontade só usando os dedos xP

E, voltando ao assunto, ninguém gosta de sofrer né. Toda dor é ruim, seja externa ou interna, física ou espiritual, toda dor incomoda. Algumas mais do que outras. E quando a ferida é profunda a gente sente ainda mais, sente muito... até que seja totalmente sarada. Então não julgue, critique, menospreze ou zombe de algo que você nunca sentiu. Você pode ser o(a) próximo(a). Esse é meu recado por hoje. :-)

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

APRESENTAÇÃO DO BLOG

Pra quem não entendeu a piada, ou entendeu e suspeitou, sim, é um trocadilho da (clássica, por sinal) música dos Beatles, “Hey Jude”.

OKAY cambada, chega de lero-lero, let’s work!

Declaro hey, dude! oficialmente no ar!

Só pra saberem, esta é a enésima vez que eu tento dar início a um blog. Sempre acontecem coisas pra me desanimar/cansar/enjoar de postar, mas, quem sabe, dessa vez dá certo né! 

Este blog, exatamente este blog, em que você se encontra, já existe há algum tempo (e bota tempo nisso!). Mas eu o estou reformulando totalmente - pra quem já era seguidor saber - mudei nome, endereço, layout, tudo! ... praticamente. Na verdade, ele já sofreu modificações inúmeras vezes, tadinho -wtf.Tenho uma certa “mania” de mudar as coisas com alguma frequência. É como se eu nunca estivesse satisfeita, ou procurasse a perfeição constantemente. rs

Então, digamos assim, o blog está “renascendo”, afinal será tudo novo de agora em diante /quase uma filosofia -q

Beleza, vamos falar sobre o hey, dude!. Com este blog, eu pretendo apresentar um pouquinho do meu mundo a vocês, isto é, ~quase~ tudo o que eu curto, acho interessante, curioso, bizarro, ou simplesmente a minha necessidade de falar e contar ao mundo o que está martelando minha mente. =)

Resumindo, o que se passa na minha vida não confidencial e eu sentir vontades múltiplas de contar pra alguém eu vou procurar escrever aqui. Mas podem ficar tranquilos que não vão ser aquelas chatices e futilidades de dramatização adolescente. Já passei dessa fase, rs. Serão coisas mais maneiras. Espero -q. Ah, não liguem, eu costumo falar (escrever) muito mesmo quando eu me empolgo, ou quando tenho assunto... mas eu tentarei me conter... só avisando. kk

Continuando! Algumas seções e temas recorrentes que estarão presentes no hey, dude!:
  • Música – afinal, o mundo gira ao redor da música né? –n Apresentarei algumas bandas que gosto, falarei de clipes, etc e tal. Nota: eu ouço de tudo quanto é tipo de música, então se preparem xD -q
  • Animações – sim, eu sou criança até hoje. Comentarei e recomendarei desenhos, em geral, americanos e japoneses (animes) que valem à pena.
  • Filmes – sim! Ahhh os filmes... só pra constar, sou cinéfila tá?
  • Cultura Japonesa – Simplesmente porque eu gosto, te farei entender por que e gostar também :D –q
  • Curiosidades e bizarrices – as coisas loucas e estranhas que rolam pelo mundo, e consequentemente, pela internet. Se bem que tudo depende dos costumes e do ponto de vista né? rs Whatever, coisas que achei interessante e quis comentar. u.u
  • Mensagens reflexivas e inspiradoras, que eu achar que merecem uma lida, também não vão faltar. E que tal, um tira-dúvidas de alguns temas um tanto polêmicos? Bom, deixarei esse no ar...
  • Minha vida – essa não podia passar né? –qq Bom, quando eu tiver alguma coisa pessoal importante, ou nada a ver mesmo, que seja, que eu achar que vale um post, direi aqui. Na verdade, tudo o que irei postar, em todos os assuntos, significa que de alguma forma teve alguma relevância pra mim, então não deixa de ser sobre minha vida =P

Para mais informações a respeito do blog e da autora, e pra não ficar cansativo, consulte a sessão About. Lá, explicarei mais algumas coisas desnecessárias. O blog ainda está passando por uma construção, mas aos poucos irei completando o que falta, então peço que sejam pacientes. ^^

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Obrigada a todos que tiveram paciência leram até aqui! Continuem acompanhando! Prometo trazer coisas legais pra vocês!

Ah, quase ia me esquecendo... sejam todos BEM-VINDOS! ♥ [/puts, agora no final? Pois é! Melhor tarde do que nunca, sacomé né? rs

Tenham todos uma ótima semana!